...O Mendigo de sentimentos!

Havia um homem, 

ou um garoto, não importa tal detalhe.

Em sua breve vida solitária, ele não viveu; 

Ficou perdido no tempo que não parou para ouvir seus lamentos.

Surpreendido pelas mazelas da vida, não suportou e morreu.

Por anos mendigou o que ninguém tem obrigação de doar, e por isso regrediu, definhou.

Em suas mãos não se viam calos, não se viam feridas, sua pele era suave como bumbum de nenem, 

tinha belos olhos azuis, barba feita, um cabelo de cor invejável e sedoso que caíam sobre seus ombros, destacando-se belos e alvos sobre seu paletó negro de nobre linho.

em suas mãos mágicas, bolas tornavam-se em ouro, que iam para seu bolso ja abarrotado.

Abundantes eram seus dias, mas algo lhe faltava à alma,

a necessidade de ser bem quisto e de a cada minuto ser amado, o transformava em algo horrendo, insuportável.

A precisão em se mal dizer para arrancar elogios deixava-o só.

Temia pela solidão que ele próprio criava.

Aos poucos ia construindo uma masmorra ao seu redor, onde permanecia maldito e jogado ao seu próprio ver, rogando por uma palavra de conforto desnecessária.

Em suas veias corria um sangue imundo (segundo ele), mas toda imundice que havia, eram sujas palavras de auto-piedade.

Havia algo de anormal naquela tarde fria em que deu seu ultimo suspiro,

uma revoada de pássaros negros pairavam no céu como sobre sua cabeça, e em seu olhar brilhavam lágrimas de interrogação.

O que passava em seu coração é um mistério insolúvel, no ultimo dia a realidade desabou sobre seus ombros, então ele soube que durante toda sua vida, seu sofrimento foi em vão.

Melhor seria ter sido atropelado por um elefante do que se torturar internamente na esperança de uma palavra de conforto não vinda.

Ele era feliz e não sabia.

Mas nas idas e vindas da vida, ele está de volta, nessa nova vida, ele tem motivos reais para sentir-se deprimido, pois padece então uma ilha solitária,

ladeada pelos sons das águas calmas do oceano azul

e alí não pode reclamar

lhe foi retirado o direito de chorar sem motivos.

sente agora o que é realmente ser infeliz e solitário.

Notas de um observador: Todos temos nossos momentos de auto-piedade, mas é preciso controlar-se para que isso não se torne um vício. Pois um dia realmente precisaremos de um sentimento real vindo de alguém ao nosso lado, e se por muito abusamos de tal sentimento, na hora precisa ele falta.!

(essa postagem é bem nada a ver eu sei, ando meio sem tempo e sem o que escrever, isso é o que tem pra hoje, passar bem hehe, prometo descançar e voltar com os sentimentos em breve, obrigado a todos pelas inúmeras visistas... saudações!)